O fundador do
WikiLeaks, Julian Assange, criticou na noite de sexta (07), em entrevista à rede de televisão norte-americana
CBS News
os casos de “espionagem em massa” dos Estados Unidos revelados pela
imprensa local. Assange, asilado atualmente na embaixada equatoriana em
Londres para evitar sua extradição à Suécia por uma acusação de estupro,
disse que “as pessoas têm o direito de entender o que o governo faz em
seu nome”.
O fundador da organização responsável pelo maior vazamento de documentos sigilosos da história dos
EUA
opinou que não é necessário conhecer “todos os aspectos, cada detalhe”
dos programas de espionagem, mas sim “suficientes parâmetros para saber o
que está acontecendo”. Os jornais
The Washington Post e
The Guardian revelaram que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e o FBI recebiam dados diretamente dos servidores de
Microsoft, Yahoo!, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e
Apple para controlar comunicações no exterior de suspeitos de terrorismo.
Além disso, o
Guardian revelou que as duas agências têm também acesso a dados de ligações dentro dos
EUA da operadora de telefonia
Verizon, o que também ocorre com outras duas companhias de telecomunicações,
AT&T e
Spring, de acordo com o diário conservador norte-americano
Wall Street Journal.
De nenhuma maneira a opinião pública norte-americana ou
internacional estava a par, em detalhes, destes programas maciços de
espionagem – afirmou Assange à
CBS News.
O fundador do
Wikileaks disse que possivelmente a fonte que vazou a informação ao
Guardian e ao
Washington Post
sobre os programas de espionagem de registros telefônicos e de
comunicações na internet terá o mesmo destino do soldado Bradley
Manning, que está sendo julgado por revelar centenas de milhares de
documentos sigilosos ao portal de Assange. Manning pode ser condenado à
prisão perpétua se for considerado culpado de “ajuda ao inimigo”.
Assange disse na entrevista que sente “preocupação” pela
possibilidade de que Manning seja condenado “a uma morte em vida” e
disse ser “completamente falso” que os vazamentos do soldado ao
Wikileaks tenham colocado em risco a vida de norte-americanos.
Nem mesmo o Pentágono disse que uma só pessoa tenha sido atacada fisicamente como resultado das publicações – afirmou.