domingo, 9 de junho de 2013

Julian Assange, em entrevista, acusa EUA de fazerem “espionagem em massa”

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, criticou na noite de sexta (07), em entrevista à rede de televisão norte-americana CBS News os casos de “espionagem em massa” dos Estados Unidos revelados pela imprensa local. Assange, asilado atualmente na embaixada equatoriana em Londres para evitar sua extradição à Suécia por uma acusação de estupro, disse que “as pessoas têm o direito de entender o que o governo faz em seu nome”.

O fundador da organização responsável pelo maior vazamento de documentos sigilosos da história dos EUA opinou que não é necessário conhecer “todos os aspectos, cada detalhe” dos programas de espionagem, mas sim “suficientes parâmetros para saber o que está acontecendo”. Os jornais The Washington Post e The Guardian revelaram que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e o FBI recebiam dados diretamente dos servidores de Microsoft, Yahoo!, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple para controlar comunicações no exterior de suspeitos de terrorismo.

Além disso, o Guardian revelou que as duas agências têm também acesso a dados de ligações dentro dos EUA da operadora de telefonia Verizon, o que também ocorre com outras duas companhias de telecomunicações, AT&T e Spring, de acordo com o diário conservador norte-americano Wall Street Journal.

De nenhuma maneira a opinião pública norte-americana ou internacional estava a par, em detalhes, destes programas maciços de espionagem – afirmou Assange à CBS News.

O fundador do Wikileaks disse que possivelmente a fonte que vazou a informação ao Guardian e ao Washington Post sobre os programas de espionagem de registros telefônicos e de comunicações na internet terá o mesmo destino do soldado Bradley Manning, que está sendo julgado por revelar centenas de milhares de documentos sigilosos ao portal de Assange. Manning pode ser condenado à prisão perpétua se for considerado culpado de “ajuda ao inimigo”.

Assange disse na entrevista que sente “preocupação” pela possibilidade de que Manning seja condenado “a uma morte em vida” e disse ser “completamente falso” que os vazamentos do soldado ao Wikileaks tenham colocado em risco a vida de norte-americanos.

Nem mesmo o Pentágono disse que uma só pessoa tenha sido atacada fisicamente como resultado das publicações – afirmou.

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