Denúncia feita pelo The New York Times afirma negociação voluntária em troca de registros telefônicos
Funcionários do governo norte-americanos disseram ao jornal The New York Times que a Agência Central de Inteligência (CIA) paga mais de US$ 10 milhões por ano à empresa de telecomunicações AT&T para ter acesso a seu enorme banco de dados de registros telefônicos.
As fontes disseram ao jornal que a operação é realizada por meio de um contrato voluntário e não de intimações e ordens judiciais que obrigam a empresa a fornecer os dados, que são coletados não apenas dos clientes internos e externos da companhia, mas também por sua rede de equipamentos.
A informação dá uma nova dimensão à discussão sobre a espionagem do governo dos Estados Unidos e a privacidade dos dados relacionados às comunicações, diz o NYT, já que mostra as ligações entre autoridades de inteligência e provedores de serviços.
A CIA não pode espionar as atividades domésticas dos norte-americanos, por isso impõe salvaguardas de segurança ao programa, informaram as fontes. Assim, na maior parte das vezes, os dados coletados envolvem ligações entre estrangeiros, mas quando um dos lados é uma pessoa que está nos Estados Unidos, a AT&T não divulga a identidade do cidadão e “mascara” vários dígitos do número do telefone.
Mas a história não termina por aí. A CIA pode, nesses casos, enviar o número “mascarado” ao FBI, que pode então emitir uma intimação à AT&T para que forneça os dados.
O porta-voz da CIA, Dean Boyd, recusou-se a confirmar a existência do programa e afirmou que as atividades de coleta de dados da agência são lícitas e “sujeitas a extensa fiscalização”. Já o representante da AT&T, Mark Siegel, afirmou que “valorizamos a privacidade de nossos consumidores e trabalhamos para protegê-la, garantindo o cumprimento de todos os aspectos da lei”. O porta-voz da empresa disse que não faz declarações sobre questões relativas à segurança nacional.
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